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Fernando Pessoa, em 1935, descreveu-se
como segue...
“Nome completo: Fernando António Nogueira Pessoa.
Idade e naturalidade: Nasceu em Lisboa, freguesia dos
Mártires, no prédio n.º 4 do Largo de S. Carlos (hoje do
Directório) em 13 de Junho de 1888.
Filiação: Filho legítimo de Joaquim de Seabra Pessoa e
de D. Maria Madalena Pinheiro Nogueira. [...]
Profissão: A designação mais própria será "tradutor", a
mais exacta a de 'correspondente estrangeiro em casas
comerciais'. O ser poeta e escritor não constitui profis-
são, mas vocação. [...]
Educação: Em virtude de, falecido seu pai em 1893, sua
mãe ter casado, em 1895, em segundas núpcias, com
o Comandante João Miguel Rosa, Cônsul de Portugal
em Durban [...], foi ali educado.”
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____________________________________________Só quem puder obter a estupidez
Ou a loucura pode ser feliz.
Buscar, querer, amar... tudo isto diz
Perder, chorar, sofrer, vez após vez.
Fernando Pessoa. "Em busca da beleza - III"
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O mito é o nada que é tudo _____________________________________
O mito é o nada que é tudo
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo –
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo
Este que aqui aportou,
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos braços.
Por não ter vindo foi vindo
E nos creou
Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundá-la decorre
De nada, morre.
(Fernando Pessoa )
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*Manuscrito com dois poemas de Caeiro, uma ode de Ricardo Reis e um poema de Pessoa escritos no mesmo dia.
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Fonte: Museu da Língua Portuguesa e http://rfaarquivo.blogspot.com/2011/02/sao-paulo-e-poesia.html ; Fotos: Lucas Nunes